quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Da indecência do verbo Amar

Dois pontos. 
Parágrafo. 
Travessão. 

Esquece o travessão. Estou a aprender a amar sem palavras pelo meio. Como se fosse surda, muda e não soubesse ler. Não há verbo, apenas acção. A voz fica esquecida em casa, porque não é preciso ouvir. Os olhos veêm e o coração sente. Há um discurso directo incluído no "nós", sem pausas nem entrelinhas. Vivemos a gramática dos sonhos de mãos dadas e fazemos o mundo acontecer.

3 comentários:

Helder Gomes disse...

Concordo. O verbo amar é o mais indecente da gramática!

Às vezes, conjuga-se assim:

Eu amo.
Tu amas.
Ela já não ama.
Nós nunca amamos.
Vós amais quase nunca.
Eles não sabem o que é o amor.

Porque só a liberdade é mais valiosa do que o amor. Mesmo.

Anónimo disse...

Ah, adoro, adoro, porque esse texto faz todo o sentido! E, complementando o comentário anterior, amar pode ser liberdade.

=) *

Marta disse...

Quero que me amem assim:)