terça-feira, 31 de março de 2009

Dia #21

De manhã, estava frio. Depois de almoço, os meus pés arderam. Por isso, desculpa Papá, mas teve de ser: a Primavera chegou, e a amplitude térmica é uma coisa lixada. 10 euros (que gosto cá pouco de subversões capitalistas).

segunda-feira, 30 de março de 2009

Vizinhança

Adoro a subtileza com que o meu vizinho de cima aumenta a música uns 20 decibéis de cada vez que faz O amor. E mesmo assim ouve-se quase como se estivesse aqui ao lado. De qualquer das formas, ainda estou a tentar decidir se prefiro ouvi-lo com a respectiva moça, ou as sessões de Ópera que ele faz questão de dar de vez em quando, por volta da hora de jantar...

Dia #18 - Dresden

Ora, sábado fomos a Dresden, que é capital da Saxónia. Cidade bonita e cheia de histórias para contar. Uma das mais recentes, e a que se sente em cada pedra do centro da cidade, teve lugar no início de 1945. Bombardeamento de Dresden pela Força Aérea Real (RAF) e pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) entre 13 de fevereiro e 15 de Fevereiro desse ano, apenas 12 semanas antes da rendição das Forças Armadas (Wehrmacht) da Alemanha Nazi, continua como uma das mais controversas acções dos aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Uma espécie de Hiroshima europeia, sem os efeitos da radioactividade.


De qualquer das formas, a cidade foi completamente reconstruída e, hoje em dia, o seu centro histórico parece praticamente imaculado. A Frauenkirche, por exemplo, foi completamente destruída pelo bombardeamento, mas acabou por ser reerguida com grande parte das pedras originais depois da reunificação alemã. As pedras negras que conseguem ver na fotografia estão no seu sítio original. Os trabalhos começaram em 1993 e a igreja foi inaugurada em 2005. Custou mais de 180 milhões de euros, sendo que mais de metade foi financiado pelo Dresdner Bank. A título simbólico, a cruz dourada do topo da cúpula foi totalmente paga pela Inglaterra, tendo custado mais de 70 milhões de euros.


Passeio com a Sara, com direito a Happy Meal! E montes de fotografias...






O problema é que, pelo menos, metade do tempo esteve a chover, o que não dá muito jeito nem para passeios, nem para fotografias. De modo que, a partir de certa altura, só queríamos era vir para casa, até porque andamos todos estoiradíssimos. Ainda assim, a noite foi de festa e acabámos por ir para casa da Mimi jogar Beer Pong, dançar e cantar Backstreet Boys.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Dia #16 - Checked!

ERRATA: A Sara não estuda "Línguas e Literaturas" (e outras mariquices culturais associadas). Ela estuda "Línguas Aplicadas"!

Prenda de anos do mano: Checked
Sopa (sim, mãe, é de lata): Checked
Falar com a minha Coordenadora: Checked
Passeata com a Sara: Checked
Errata: Checked
Roupa lavada: Checked
Roupa estendida: Checked

Canção #6

"It's five o'clock
In the morning
Conversation got boring
You said you going to bed soon 
So I snuck off 
To your bedroom

And I thought 
I'd just wait there
Untill I heard you 
Come up the stairs
And I pretended 
I was sleeping
And I was hoping 
You would creep in
With me

Put your arm 
Around my shoulder
And it was 
As if the room 
Got colder
And we moved closer 
In together
Started talking about 
The weather

Said tomorrow 
Would be fun 
We could watch 
A place in the sun
I didn't know 
Where this was going
When you kissed me

Are you mine? 
Are you mine?
Cause I stay here 
All the time
Watching tele 
Drinking wine
Who'd of known? 
Who'd of known?
When you'd flash up 
On my phone
I'd no longer 
Feel alone 
No longer 
Feel alone

I haven't left here 
For days now 
And I'm becoming 
Amazed how
You're quite 
Affectionate in public
in fact your friend 
Said it made her 
Feel sick
And even though 
It's moving forward
There's just the right 
Amount of awkward
And today 
You accidentally
Called me baby

Are you mine? 
Are you mine?
Cause I stay here 
All the time
Watching tele 
Drinking wine
Who'd of known? 
Who'd of known?
When you'd flash up 
On my phone
I'd no longer 
Feel alone

Let's just stay 
Let's just stay
I wanna lie in bed 
All day
We'll be laughing 
All the way
You told your friends
They all know
We exist 
But we're 
Taking it slow
Now let's just see 
How we go
Now let's see 
How we go..."


Lily Allen * Who'd Have Known?

quarta-feira, 25 de março de 2009

Dia #15 - Deitar tarde e cedo erguer...

... não dá saúde nem faz crescer. Mas estava mesmo a precisar de sair e estar realmente com pessoas novas. Falar, dançar, beber, cantar. Acho que as noites de karaoke vão passar a ser sagradas e semanais. E ainda bem! 

Hoje? Manhã inteira de aulas e visita guiada ao museu de História Contemporânea cá do sítio: uma exposição sobre os 20 anos da "friedliche Revolution". Para quem não sabe, foi a revolução que permitiu a queda do governo comunista na antiga Alemanha de Leste (onde estou agora, por sinal) e, consequentemente, a reunificação da Alemanha. Curiosamente, a fase final (e, obviamente, a mais importante) começou aqui, em Leipzig. Estou a apaixonar-me pela história alemã do século XX, apesar de já ter reparado que aqui a segunda guerra mundial e o nazismo são praticamente tabús. Não sei se foi por saber realmente sobre o que se falava (até porque, de manhã, estivemos a falar sobre as várias etapas da revolução), mas percebi praticamente tudo o que a senhora disse. Parece que, nos últimos dias, o meu alemão ganhou vida própria e começou realmente a melhorar.





Nota: Tenho de ir lavar a roupa e não me apetece. Se alguém quiser fazer o favor de... Será certamente bem-vindo. 

terça-feira, 24 de março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Dia #13 - Tenho mesmo de...

Tirei o dia #12, domingo, para dormir e descansar em casa. Mesmo assim acho que não foi suficiente. Tenho mesmo de arranjar qualquer coisa que sirva de cortina, que acordar todos os dias às 6 da manhã com a luz do dia não é lá muito agradável, sobretudo quando temos de levantar às 7h30. Fui com o Rodrigo (Chile), o Ben e a Mimi (os dois dos EUA) às compras a correr à hora de almoço, e acho que começo a perder a vergonha (devagar, devagarinho). Até porque já tenho facebook e por isso já sou um bicho pseudo-social. (Já disse que tenho mesmo de comprar um telemóvel alemão?) Comi uma Brastwurst na rua e até nem são nada más!.. Visitar a biblioteca central da universidade, que é mesmo em frente à minha faculdade. Descobri que só preciso de apanhar um eléctrico até lá e fiquei mesmo satisfeita. Entretanto, depois da visita, a Mathilde veio cá em casa e tivemos uma daquelas conversas de meninas. As coisas começam a compôr-se...

Ah! E tenho mesmo de arranjar uma maneira simpática de dizer à rapariga que mora comigo que as frigideiras se podem lavar de cada vez que são utilizadas. Não sei se já disse, mas aquela frigideira não é lavada desde que aqui moro. Ora, portanto, quase 2 semanas. Está explicado o cheiro a restaurante chinês manhoso a título permanente.

(Miminhos de longe para quem está sempre perto...)

domingo, 22 de março de 2009

Dia #11 - Portugals Abend

Jantar no restaurante português com a Mathilda (que, afinal, é Mathilde), a Lucie, a Jennifer (que está cá desde o semestre passado e vem de Hong Kong) e a Yi-Wei. Carapau e bacalhau grelhados, frango frito com esparguete, Compal, Super Bock, manteiga Primor (manteiga com sal, senhores!). Es ist sehr sehr gut! Es gefählt mich! (está muito muito bom! agrada-me) O Benfica ganhou e trouxe mais um pastel de nata para casa. Missão cumprida!...

(Jennifer, eu, Lucie por cima, Yi-Wei e Mathilde)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Dia #10 - Trabalho

Na Alemanha, trabalhamos. Acordamos cedo, temos teste na segunda semana de aulas, teste na terceira (e última) e um trabalho de grupo (Projektarbeit!) para apresentar e entregar no final destas três semanas. Eu fiquei com as taiwanesas (???) e vamos explorar as diferenças entre Portugal, Alemanha e Taiwan. Aqui, temos aulas de manhã e de tarde. Quando não temos aulas, temos conferências. Mas reduzem-nos a hora de almoço para conseguirmos sair mais cedo. Na Alemanha, trabalhamos mas sabe bem. Outra coisa que também sabe bem é o Schnitzel, um panado gigante de vitela com um tempero qualquer que faz com que fique realmente bom, e que eu comi ao almoço. (este não foi o que eu comi, mas serve para verem como é)


Nos entretantos, tenho passado a maior parte do meu tempo com a Yi-Wei, a Leng-Ya, a Lucie, a Mathilda e a Eva; descobri que a maioria dos irlandeses estudam o mesmo que eu e, pelo menos, mais uma italiana, o que significa que não vou estar sozinha pela faculdade; descobri que na Roménia também se usa Hi5 e rendi-me à inevitabilidade do Facebook na vida de uma estudante de Erasmus. 

Amanhã vou levar as meninas de Taiwan (e talvez as outras também, ainda não sei bem) ao restaurante português, para vermos o Sporting-Benfica e comermos coisinhas portuguesas! 

Sehr Kalt...

Ora meus amores, neste momento (notem que aqui é mais uma hora), estão uns amistosos 0ºC.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Dai #9

Cansada...

A Lucie disse que apesar de eu falar pouco, o meu alemão não tem erros. Fiquei feliz!

Amo-te?

"Deseja-se um bom dia como poderia perguntar-se se tem rebuçados para a tosse. E com o amo-te por vezes também é assim. As pessoas acham isto giro, porque ouvem nas telenovelas a dizerem-no com tal destreza, que pensam que na vida real também é assim, que quando o dizemos, também se ouve uma música de fundo que sobe à medida que nos beijamos."


Teorias de conspiração, para ver de ouvidos bem abertos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Dia #8 - Internacional

Franceses, inglesa, norte-americanos, húngaros, italiana, checas, norueguês, alemães, chinesas, irlandeses, galês, espanholas... E a Sara, portuguesa de Braga, a única que faz parte do curso. Estuda línguas e literarturas e tem um alemão de fazer inveja a qualquer um. Primeiro dia de aulas a sério, com direito a saída (lanche-ajantarado incluído) patrocinada pela faculdade. Americano e inglesa que falam um bocadinho de português. Conversas em inglês e em alemão, em alemão e português, em inglês e francês e alemão, em inglês e português. E aprender amo-te em chinês...

terça-feira, 17 de março de 2009

Dia #7 - Português e Portugal!

"Du bist Erasmus, ja?"
"Ja! Where are you from?"
"I'm from Portugal..."
"Oh really? Eu falo um bocadinho de português!..." (ler com sotaque brasileiro)

Este é o Rodrigo, vem do Chile e estuda qualquer coisa entre engenharia e gestão. Encontrámo-nos no Straßenbahn (o eléctrico) e, como o reconheci da apresentação, guardei a vergonha no bolso e meti conversa. Escusado será dizer que fiquei felicíssima da vida, quando ele disse que falava português, ainda que seja com sotaque do outro lado do Atlântico e "só um bocadinho". Como somos vizinhos, acabámos por ir todos juntos até casa. Eu, ele e as meninas de Taiwan. Alemão, inglês e português ao mesmo tempo. See dich amanhã!

Pela primeira vez, vi o sol de Leipzig. Como castigo, o frio apertou mais do que é costume. Mas aproveitei o céu de nuvens espalhadas para dar mais um passeio. Voltei a embrulhar-me no centro da cidade e reencontrei a Thomas Kirche, e resolvi vê-la de frente.


Enquanto dava a volta, encontrei este senhor importante.


Uma vez que esta semana descobri o bilhete semanal dos transportes cá do sítio, achei por bem aproveitar o dia e usufruir dele como deve ser, deambulando pela cidade de Straßenbahn. Apanhei o 15, o que vai para Miltitz e não para Algés. O plano era sair num sítio que achasse bonito. Consegui. E senti-me perto de casa.


Entrei meio a medo. Super Bock, Sagres, Sumol... Pão com chouriço e pastéis de bacalhau. Cachecóis da selecção, do Benfica, do Sporting e do Vitória de Guimarães na parede. "É uma casa portuguesa, com certeza", e é uma casa bonita por sinal (os cachecóis estão do outro lado da fotografia).


"Sind Sie Portugiesich?"
"Ja."
"Olá, eu também sou portuguesa..."

Conversa para cá, conversa para lá com o Sr. Miguel e o meu Nicola durou imenso tempo. Os portugueses em Leipzig, o restaurante que vai fazer 3 anos em Junho, os canais de televisão portugueses, os bailaricos à sexta-feira, falar alemão, estar na Alemanha 4 meses e meio, estar na Alemanha desde os 17 anos, estudar na Alemanha, comida portuguesa, comunidade portuguesa... Afinal, ainda somos uns quantos. Uns trabalham, outros estudam. Não se juntam todas as semanas, estilo seita, mas vão se juntando ali de vez em quando. É sempre bom sentirmo-nos perto do nosso mundo...

Sou emigrante e hoje trouxe Portugal para casa.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Dia #6 - Matrículas

Afinal, hoje ainda não houve aulas. Eram só as matrículas. Fiquei maravilhada com a eficiência burocrática da Alemanha. Fiz a minha inscrição, e deram-me um kit "Ausländerstudent" (estudante estrangeiro) todo supimpa. Mala catita, cheia de papéis: "röt oder schwarz?" (vermelha ou preta?), tanto faz. Calhou-me uma vermelha. Lá dentro, um mundo: mapa da cidade, agendas culturais de tudo o que sala de espectáculos, a bíblia do estudante (procedimentos académicos e bla bla bla), programa das próximas 3 semanas, revistas, pins, autocolante, canetas... Cenas! Conhecer pessoas: duas meninas de Taiwan, duas francesas (esqueçam o mito de que as francesas são bonitas), uma dinamarquesa e a Eva, que é enorme e não sei de onde vem. Fui abrir uma conta no Deutsche Bank e fui buscar o meu cartão de residente com as meninas de Taiwan, que têm nomes alemães para ser mais fácil. Simpáticas! Mas o que eu gostei mesmo foi de encontrar isto no super kit:


domingo, 15 de março de 2009

Dia #5 - Leipziger Büchmesse

Confesso que a chuva quase que me prendia em casa. Sim, contrariamente ao sol esplendoroso de Lisboa, aqui choveu o dia todo. Mas não podia ficar em casa, sobretudo dado que o 16 (o eléctrico que apanho aqui à porta) vai ter direitinho à Messegelände (o parque de exposições). Seria rídiculo. Por isso, lá fui eu. Primeiro pensamento quando cheguei: "ORA TOMA LÁ FIL!". 



Devo dizer que do lado direito há mais um edifício semelhante ao que podem ver do lado esquerdo. Não se iludam, isto é apenas a entrada. Como tal, foi por aquele pavilhão redondo que entrei. €6 de bilhete. Pelos vistos, isto não é o Parque Eduardo VII, o que significa que temos de pagar para olhar para as bancas. Ainda que não me possa queixar dos preços, já percebi que na Alemanha se paga tudo e mais alguma coisa, estilo companhia aérea de baixo custo. Enfim. Lá dentro, a feira ocupa todos os 4 pavilhões ligados ao redondinho. Cada um é maior que um equivalente da FIL, por isso, façam as vossas contas. Daí a possibilidade de poderem comprar bilhetes de 4 dias (quando vi essa possibilidade achei estranho, assim que entrei percebi). O redondinho também faz parte da festa e tem lá espaço de restauração, umas bancazitas e uns espaços para conferências e afins.



Ora vejamos, cada um dos pavilhões tem um determinado tema, embora o seu "recheio" não seja assim tão linear: há o pavilhão internacional, os das editoras "normais", e o dos livros para crianças e banda desenhada. Afinal, as pessoas mascaradas que andei a ver nos dias anteriores eram personagens de banda desenhada e não de videojogos. Parece que há um movimento cultural agressivo em volta da banda desenhada por estes lados. São fanáticos! Especialmente se estivermos a falar de Manga e Anime. De repente, senti-me no Japão. De novo, são fanáticos.


Logicamente, tinha de trazer qualquer coisa. Ainda procurei um Saramago em alemão, mas nada feito. Que até a Macedónia tinha uma banca, mas a Europa deve acabar em França (estamos a falar em termos literários, que encontrei muitos mapas da Madeira e do Algarve).  Apesar de ter feito um circuito não-aleatório por todos os pavilhões, seria impossível ter visto tudo em tão pouco tempo. Por isso já decidi que, no próximo ano, compro o bilhete dos 4 dias. Dado o meu fraco alemão, ainda pensei em trazer um "Der Zahir" do Paulo Coelho (se é fácil de ler em português, é fácil de ler em alemão!), mas depois comecei a pensar que nem em alemão vou querer ler aquilo. Mas, no meio dos montes e montes de livros (literalmente, sim, apesar de também estarem em mesa e prateleiras), encontrei um que me fez sentir em casa - "Nachtzug nach Lissabon" (qualquer coisa como "Comboio de noite para Lisboa"). Não custa nada tentar, não é?  Lembrei-me de que a rapariga que vinha ao meu lado no avião o vinha a ler e que a Estação do Rossio na capa me fez sentir mais perto de casa. Também comprei uma agenda, que não sei a quantas ando e não me posso perder em termos temporais. Estava marcada a €12,95, mas o senhor vendeu-me a €5, Messepreis (preço de feira)!


Ora toma lá, oh Feira do Livro de Lisboa! Meninos é o que vocês são!

sábado, 14 de março de 2009

Dia #4 - Passeatas

Conforme planeado, hoje fui passear, aproveitando o calor do dia mais quente desta e da próxima semana (12ºC, note-se).  Sandes e leite com chocolate dentro da mochila e lá fui eu. Primeira paragem: Völkerschlachtdenkmakl, um monumento em homenagem à Batalha de Leipzig que teve lugar em Outubro de 1813 e foi fundamental para a derrota de Napoleão. Incrivelmente, é o monumento mais alto da Europa, com 91 metros de altura. O lago, que supostamente reflecte o Völkerschlachtdenkmakl (hoje estava muito nublado para que isso acontecesse), simboliza as lágrimas e o sangue derramados durante a guerra contra o senhor Bonaparte. (Bonito, hein?)



Depois, resolvi voltar ao centro da cidade, desta vez com máquina. Voltei a ver pessoas mascaradas e percebi o fenómeno. Acontece que Leipzig é nerds, música e livros. De modo que,  de vez em quando, perdem a cabeça e vestem-se de elfos, trolls ou outras criaturas que tais, como se estivessem num videojogo, e passeiam-se alegremente pelas ruas. Nos entretantos, consegui comprar uma panelita e uma frigideira, seguindo os conselhos do Pedro, num dos vários centros comerciais estilo El Corte Inglés (mas mais pequenos) que existem dissimulados no meio das lojas "normais". Enfiei tudo na mochila e continuei a deambular pelas ruas. Já disse que Leipzig é música? É mesmo. Leipzig é Wagner, Bach e Mendelssohn. É um acordeonista aqui e um saxofonista acolá. É uma banda qualquer a tocar à frente de um centro comercial e uma criança a dançar.



E já que falamos em música, a ver se no próximo sábado não me esqueço de passar pela Thomas Kirche (a igreja do Tomás), para ouvir o mítico coro masculino. Sábado, pelas 15 horas. Não se esqueçam e apareçam por lá também.



Para finalizar, hoje descobri que a Feira do Livro cá do sítio acaba amanhã. É a segunda maior feira do livro da Alemanha e, obviamente, não posso faltar. Por isso, se por acaso precisarem de mim, já sabem onde me encontrar.
=')

Gott segnet Karstadt! (Obrigado Pedro por me teres salvo...)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dia #3 - Assentar arraiais e comprar panelas

Não sei se já vos tinha dito (não, não tinha), mas o meu quarto é GIGANTESCO. Estou a pensar seriamente em abrir um ringue de patinagem ou um campo de bola aqui. Aceitam-se outras sugestões de interesse. (notar que isto é apenas metade do meu desarrumado quarto).



Como tenho andado de um lado para o outro sempre a tratar de "cenas" e comprar o que me falta para viver - alguém sabe onde posso comprar uma panela e uma frigideira a preços decentes?! - ainda estou em modo "anti-social". Talvez amanhã perca a cabeça e vá explorar sozinha as zonas comuns da residência, mas tenho vergonha. (Não se preocupem, segunda-feira começam as aulas e eu começo a "fazer amigos"). A minha companheira de casa é chinesa e fala tão bem inglês como eu alemão, pelo que nos vamos entender bem (exacto...). Falei com ela uns 2 minutos se tanto, ao que parece ela é mais bicho-do-mato que eu, e tranca-se no quarto e tranca a casa e tranca tudo, sobretudo se estiver lá dentro. Mas foi uma fixe, e deixou-me utilizar a panela e a frigideira dela. Defeito: lava mal (tipo, mesmo mal) a loiça e a casa tem um cheiro esquisito, uma espécie de restaurante chinês underground.

Entretanto, hoje já não choveu, pelo que achei por bem comprar um chapéu-de-chuva. Pude passear (eufemismo para "estive-mesmo-quase-completamente-perdida") pelo centro da cidade enquanto procurava pelo resto das coisas - panelas! preciso de uma panela e de uma frigideira! Não percebi bem se hoje é carnaval por aqui, mas dei de caras com meia dúzia de pessoas bem mascaradas logo pela manhã. E uma míuda convicta de que era o Bill Kaulitz dos Tokio Hotel (para que conste ele nasceu em Leipzig), mas com os cabelos pintados de vermelho. De qualquer modo, a cidade é lindíssima, por isso já decidi que amanhã me vou perder de novo, e desta vez com máquina fotográfica na mochila (ao lado do dicionário, claro).

Já comprei comida decente, apropriada aos meus gostos mediterrânicos: 2 litros de leite, uns leites com chocolate para as minhas passeatas, atum, arroz, sal, azeite (deve ser uma coisa rara por cá, que foi um bem caro!), alho, cebola, manteiga e queijo. Quero mesmo comprar uma panela e uma frigideira para começar a fazer bifes e tal. Ah! Também comprei uma mega salada pronta a comer, com milho e feijão, para não abusar dos tachos da Shan. Daqui a bocado vou jantar.

Camiões do Lixo

Só para a Inês: são cor-de-laranja.
Só para ti: passam às 11 da manhã.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Lista de compras



Preciso de comprar sal...

Dia #2 - O que não existe

Na Alemanha não existem:

- pedras da calçada;
- estores nas janelas;
- lençóis de cama como deve ser (eles usam só o de baixo e depois é logo o edredon);
- prédios amontoados;
- ruas estreitas ou praças pequenas.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Dia #1 - Enganos

Fui enganada.

Fui enganada pelo Pedro, pela DeutscheBahn (a CP cá do sítio) e pelos responsáveis da minha residência. O Pedro disse que me ia buscar a Berlin e não foi (disse-me ontem, mas fiquei sentida, que fui trocada por uma viagem a Praga). A DeutscheBahn, tal como o Pedro, disse-me que podia apanhar o comboio directamente no aeroporto para Leipzig, sem ter de ir para dentro de Berlim, como inicialmente eu previa. Aliás, a máquina de bilhetes da estação do aeroporto compactuou com isso e deixou-me comprar um bilhete directo para Leipzig, sem que o tal comboio existisse. Notem que o aeroporto Berlin-Schönefeld deve ficar a não menos de 30/40kms da Berlin propriamente dita. Acabei, então, por ir para Berlin no S-bahn 9 (uma das 350 espécies de comboio existentes nesta terra). Berlin Hauptbahnhof (principal estação de comboios): que COLOSSO! Imaginem o Vasco da Gama dentro da Gare do Oriente. Não é ao lado, é dentro. Multipliquem por 5 ou 10 e estarão perto daquilo. Entretanto, apanhei efectivamente o comboio para Leipzig. Vem a revisora. O meu bilhete não é válido. Dinheiro à rua. Compra de novo o bilhete - tranquilo. Chego a Leipzig. Algures entre o eu ter chegado a Berlin e o ter chegado aqui, era suposto alguém da residência me ter ligado a saber a que horas eu chegava, para me irem levar a chave da residência. Obviamente, ninguém ligou. Deus abençoe o roaming, a internet e a minha mãe. Booking.com, reserva imediata, hostel ao lado da estação com direito a pequeno-almoço. Só espero que o pequeno-almoço não seja mais um engano.

Vou de Erasmus...

Se não disser nada no espaço de 48 horas, é melhor avisarem a polícia.

domingo, 8 de março de 2009

Filmes...

Gostava de te saber contar histórias, que tu não és de grandes devaneios literários. Para ti, não há arte que durma dentro de qualquer palavra, pelo que não faz sentido brincar com a gramática. E eu nunca soube escrever romances, porque a narrativa nunca escorregou por aqui. Sei que os filmes que vivemos raramente são os que queremos realizar. Talvez por isso não consiga transcrever o guião para o papel. O que me faz sonhar é mesmo a fotografia de respirações entaladas que nunca vivi. A película serve apenas para o registo do que quero desenhado no que ainda está para vir. Se bem que o que vem depois do cinema raramente chega para encher a imaginação. Que o céu é sempre escarrapachado em papel de cenário, recheado de nuvens de plástico. Mas fechamos os olhos, de mãos dadas, e é tudo verdade. Sim, somos os actores principais. Somos o filme independente e de baixo orçamento. Somos tudo o que estiveres disposto a ser comigo ao teu lado.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Achas que se continuar a chorar, mudas de ideias e vens para ao pé de mim?...

segunda-feira, 2 de março de 2009