sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Inversão do sujeito...


Tinha sido ele a notar que estava tudo como sempre tinha sido, que o tempo passava e que os sonhos se mantinham intactos e por realizar. Já não era altura de sonhar. Eram adultos: era a altura de realizarem os sonhos, um por um, como se não houvesse mais nada a fazer. Queria amar a mulher que os tinha desenhado ao seu lado, mas a sua doçura estava transformada em simpatia e isso não chegava para montar sonhos de uma vida inteira.
Por isso, nesse dia, disse-lhe que precisava que ela voltasse. Que precisava dela, ponto. Que não a conseguia encontrar por detrás do seu sorriso e que já nada fazia sentido assim. Ela respondeu, por entre fios de arrogância, que estava igual ao que sempre fora. O medo de lhe faltar era tanto que a teimosia se dissolveu no pouco que ainda sobrava para dizer – tinha de ter razão, como em todas as outras ocasiões, que o importante era que ele visse que ainda ali estava, como sempre estivera, mesmo que ele não visse. O problema nunca poderia ser ela, não fosse haver o risco de ele deixar de gostar de si por toda a sua imperfeição. Mas, desta vez, o problema era dos dois, só que ela insistia em manter os olhos fechados.

domingo, 22 de novembro de 2009

Os dias passam como o amor que tenho por ti. De cada vez que o sol nasce, sinto que te amo. De cada vez que o sol se põe, sinto que não te sei chegar. Tenho medo de não saber existir sem a rotina que te inclui, mas não gosto de ficar com o que sobra de ti - que só te dás quando já não tens mais nada a que te entregar. No teu universo existe tempo, dinheiro e vontade para respirares qualquer mundo, a qualquer instante, desde que não seja o meu, que esse é garantido e pode ficar para o fim da lista. Mas não há dia em que eu não te ponha em primeiro lugar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Querido Pai Natal #2


Já agora, se me pudesses trazer este, também agradecia... Desbloqueado, de preferência.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Querido Pai Natal...

Posso fingir que sou criança e pedir-te uma Nintendo DSi como se fosse normal? É que eu queria tanto poder jogar Pokémon (e Lego Rock Band!!) no comboio, a caminho do estágio, e não posso, porque o meu irmão sumiu com o meu Game Boy Color. Além disso, eu já espreitei para o jogo do outro irmão e é muito mais giro que o meu. Oh, vá lá...

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Valor

Com o tempo aprendi que os grandes recortes literários só se tornam grandes com a idade. Na literatura, como em tudo na vida, o valor que é dado ao que fazemos não existe senão no reconhecimento dos outros. Habituámo-nos a medir o que valemos pelos olhos dos outros, porque nunca chegamos para as nossas próprias expectativas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O amor e a escola

O amor é como a escola: a avaliação é contínua, mas se chumbarmos no exame as probabilidades de ficar para trás são muito maiores.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Chatice

O bom de não vermos uma pessoa todos os dias prende-se com a chatice - quando nos chateamos com ela, sabe bem não ter de lhe ver a cara no dia seguinte.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

E-mails...

«Nunca devemos dizer 'Amo-te', a menos que seja mesmo verdade. Mas se é mesmo verdade, devemos dizer muitas vezes. As pessoas esquecem-se.»

Jessica, 8 anos

domingo, 1 de novembro de 2009

Não sei...

Não é que não haja nada para escrever, mas não tem havido vontade. E, quando falta a vontade, é como se não existisse mais nada. Os dias têm corrido depressa. Tão depressa, que não sei como ainda não tropecei em nenhum deles. O tempo é pouco, mas tem de dar para quase tudo. Naturalmente, estou cansada.

No fundo, o problema é que simplesmente não sei.