quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sonhos como esquinas, como livros

Dobram-se e desdobram-se os sonhos como se fossem esquinas. Como se fossem os cantos de um livro demasiado lido para se guardar na prateleira. Mas nunca se viram as páginas, com medo do capítulo que vem a seguir. Fechar os olhos e fingir que não se sabe ler. Só porque não se quer.

"Lembro Novembro passado,
quando os dias eram curtos
e as noites de fado
rasgado, cantado, sentido.
No Deus que criámos
aprendemos a viver de cor, meu amor...
E agora, é hora e tudo fica por fazer.

Quero-te dizer mais uma vez que te amo,
talvez, te quero, te espero e desespero por ti,
e que isso só por si me chega p'ra viver,
mesmo quando só houver:
Silêncio...
Imenso..
e dor...
E pior, meu amor,
a lembrança que descansa:
os olhos teus nos meus..."

Pedro Abrunhosa - É Preciso Ter Calma

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Updates do costume...

Estou viva e com a vida em modo stand-by. Waiting for that call, waiting for that call...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

desapego
s. m.
1. Facilidade em deixar aquilo a que se tinha apego.
2. Indiferença, desinteresse.

desapegar
v. tr.
1. Despegar.
2. Fazer perder a afeição a.
v. pron.
3. Perder a afeição a.
4. Perder o interesse, o empenho por.
5. Largar; soltar-se; desagarrar-se.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hoje #7

Hoje recebi um e-mail de alguém importante, que leu um texto meu e gostou.

Hoje foi publicada a minha participação no Calendário do Advento de Netaudio da Phlow Magazine.

Hoje tive direito a beijinhos aconchegados e abraços de corpo inteiro.

Hoje foi um dia bom.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Escadas Rolantes e Luzes de Natal

As luzes de natal estão sempre nos mesmos sítios, à espera do cheiro das castanhas assadas, e o frio aperta no meio do Rossio. Os turistas vivem como eu, atabalhoados entre tentativas de entendimento com o senhor do café. Querem um pastel de nata. Eu quero uma bola de Berlim, com creme. Lá fora, anda tudo de sacos na mão, aos tropeções, para chegarem ao metro mais depressa (que não deve haver outro que venha a seguir, parece). Na estação, estão três encostados à parede. Pedem esmola, como quem pede um copo de água, mas as moedas nunca caem na lata. Ouve-se um acordeão e a voz de uma velhota que se deixou perder no tempo. Há sempre um certo tom de "portuguesice" que nunca consigo alcançar. Nas palavras, que são tantas e tão poucas, procuro a poesia e aquele pedaço de fado que ainda ninguém soube cantar. Do que é português, só resiste a língua em que falo, que até o alcatrão prefiro às pedras da calçada.
Descemos as escadas rolantes para que não te canses mais do que é preciso. Que a unidade do teu ser é desconstruída à medida que sobes ou desces desnecessariamente. Ficas no degrau por cima do meu, para que me consigas beijar sem te esticares demasiado. E eu permaneço quieto, a olhar à minha volta, como se nada fosse, simplesmente à espera que isso aconteça.

(imagem de LusoFox)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sonhos Entalados e Pontos de Interrogação


Entalaram-me os sonhos como se me entalassem uma mão inteira. E penduraram meia dúzia de pontos de interrogação na pontas dos dedos, meia dúzia de enfeites para alegrar esta altura do Natal. Aquela curva enjoa-me. Apetece-me chutar aquela bola para bem longe. Aqui não há espaço para dúvidas, ouviram? Não há espaço para pontos curvados que só trazem confusão. Ou sim ou sopas! Gostava de sonhar outra vez, gostava. Mas o entalanço entupiu a porta de saída e assim não há sonho que consiga entrar. Só pontos de interrogação, que esses são manhosos e dobram-se para se conseguirem intrometer onde quer que seja. Não sei para onde me virar. Nem em que é que vale a pena acreditar.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Contar peixinhos...

Sento-me hoje à beira do mesmo rio. Sim, aquele onde nos sentámos durante anos a fio, de mãos dadas, a sorrir e contar peixinhos. Mas isso foi quando o tempo corria à nossa frente, verões antes de ficares doente. Agora, o tempo rasteja à minha volta. Olho para a água e continua parada, à espera que o vento sopre.
Estou velha, meu amor. As mãos tremem-me e o cabelo branco pesa quase tanto com a idade que carrego. Gostava de respirar e conseguir sentir a frescura deste campo. Mas agora já quase nem isso consigo imaginar. Para tudo o que olho encontro uma memória de ti. Tudo o que passa por mim traz uma fotografia tua consigo, um retalho do passado que deixámos atrás de nós.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Canção #9

«We're caught in a trap
And I can't walk out until
I collect the missing clues
It's you, it's you
And I worked to make it work
And I let myself get hurt
And kept sinking deep in you

All of my friends keep telling me that
"There's nothing to it"
But if this is love, it ain't enough
And I can't go through with it can't
keep it up
We're at the party, they're playing the songs
And we're right here
But we never get to dance

We just sit and stare

You won't love me when I'm older
You always settle for the thrill
And while you sit there drinking water
"You cruel, careless man"
I'm trying hard to swim

I've sorted it out
Like they say "you know... love burns"
Like most good things do..
But then it's you:
It's you on my window, it's you on hallway
It's you on the rearview mirror talking
It's you on the radio in all the songs we've been through...

But you won't love me when I'm older
You always settle for the thrill
And while you sit there drinking water
"You cruel, careless man"
I'm trying hard to swim

Trying hard to swim

You won't love me when I'm older
You always settle for the thrill
So go ahead and choke on water
"You cruel, careless man"
You will end where I begin...»

David Fonseca - Swim II